Jesus bleibet meine Freude
História Antiga
Era uma vez, lá na Judeia, um rei.
Feio bicho, de resto:
Uma cara de burro sem cabresto
E duas grandes tranças.
A gente olhava, reparava e via
Que naquela figura não havia
Olhos de quem gosta de crianças.
E, na verdade, assim acontecia.
Porque um dia,
O malvado,
Só por ter o poder de quem é rei
Por não ter coração,
Sem mais nem menos,
Mandou matar quantos eram pequenos
Nas cidades e aldeias da nação.
Mas,
Por acaso ou milagre, aconteceu
Que, num burrinho pela areia fora,
Fugiu
Daquelas mãos de sangue um pequenito
Que o vivo sol da vida acarinhou;
E bastou
Esse palmo de sonho
Para encher este mundo de alegria;
Para crescer, ser Deus;
E meter no inferno o tal das tranças,
Só porque ele não gostava de crianças.
Miguel Torga
Feio bicho, de resto:
Uma cara de burro sem cabresto
E duas grandes tranças.
A gente olhava, reparava e via
Que naquela figura não havia
Olhos de quem gosta de crianças.
E, na verdade, assim acontecia.
Porque um dia,
O malvado,
Só por ter o poder de quem é rei
Por não ter coração,
Sem mais nem menos,
Mandou matar quantos eram pequenos
Nas cidades e aldeias da nação.
Mas,
Por acaso ou milagre, aconteceu
Que, num burrinho pela areia fora,
Fugiu
Daquelas mãos de sangue um pequenito
Que o vivo sol da vida acarinhou;
E bastou
Esse palmo de sonho
Para encher este mundo de alegria;
Para crescer, ser Deus;
E meter no inferno o tal das tranças,
Só porque ele não gostava de crianças.
Miguel Torga
Last Christmas
David Fonseca, Last Christmas
Chove. É dia de Natal :)
Chove. É dia de Natal.
Lá para o Norte é melhor:
Há a neve que faz mal,
E o frio que ainda é pior.
E toda a gente é contente
Porque é dia de o ficar.
Chove no Natal presente.
Antes isso que nevar.
Pois apesar de ser esse
O Natal da convenção,
Quando o corpo me arrefece
Tenho o frio e Natal não.
Deixo sentir a quem a quadra
E o Natal a quem o fez,
Pois se escrevo ainda outra quadra
Fico gelado dos pés.
Fernando Pessoa
Lá para o Norte é melhor:
Há a neve que faz mal,
E o frio que ainda é pior.
E toda a gente é contente
Porque é dia de o ficar.
Chove no Natal presente.
Antes isso que nevar.
Pois apesar de ser esse
O Natal da convenção,
Quando o corpo me arrefece
Tenho o frio e Natal não.
Deixo sentir a quem a quadra
E o Natal a quem o fez,
Pois se escrevo ainda outra quadra
Fico gelado dos pés.
Fernando Pessoa
Christmas Pipes
Celtic Woman, Christmas Pipes
Lanche de Natal
Dia internacional das pessoas com deficiência
O dia internacional das pessoas com deficiência (3 de Dezembro) é uma data comemorativa internacional promovida pelas Nações Unidas desde 1998, com o objectivo de promover uma maior compreensão dos assuntos concernentes à deficiência e para mobilizar a defesa da dignidade, dos direitos e o bem-estar das pessoas. Procura também aumentar a consciência dos benefícios trazidos pela integração das pessoas com deficiência em cada aspecto da vida política, social, económica e cultural.
Auto da Barca do Inferno - Cena do Sapateiro
Clica na imagem e testa os teus conhecimentos sobre a Cena do Sapateiro.
Visiona o seguinte vídeo sobre um sapateiro à antiga... e deixa o teu comentário!
Auto da Barca do Inferno - Cena do Parvo
«O parvo Joane é uma figura singular. Desde logo, porque dispensa símbolos cénicos.
É verdade que, tal como os restantes mortos, não tem acesso à barca do Anjo; mas não é objecto da condenação sistemática que todas as outras personagens sofrem. Talvez por, já em vida, se haver colocado à margem de compromissos com o mundo terreno, não revela em cena qualquer temor face ao destino que, depois da morte, o espera.
A sua presença constante em palco permite-lhe intervir, a cada passo, com uma sinceridade desconcertante e bastante cómica.»
Cf. José Augusto Bernardes, Sátira e Lirismo no Teatro Vicentino, Lisboa, Ed. INCM, 2006 [adaptado]
P.S.: Clica na imagem e testa os teus conhecimentos sobre esta cena.
A morte do avarento
Hieronymus Bosch, A Morte e o Avarento, 1488(1488)-1516
P.S.: Clica na imagem para poderes vê-la melhor.
Um avarento, nas palavras de Bocage
Levando um velho avarento
Uma pedrada num olho,
Pôs-se-lhe no mesmo instante
Tamanho como um repolho.
Certo doutor, não das dúzias
Mas sim médico perfeito,
Dez moedas lhe pedia
Para o livrar do defeito.
«Dez moedas! (diz o avaro)
Meu sangue não desperdiço:
Dez moedas por um olho!
O outro dou eu por isso.
Manuel Maria Barbosa du Bocage
Uma pedrada num olho,
Pôs-se-lhe no mesmo instante
Tamanho como um repolho.
Certo doutor, não das dúzias
Mas sim médico perfeito,
Dez moedas lhe pedia
Para o livrar do defeito.
«Dez moedas! (diz o avaro)
Meu sangue não desperdiço:
Dez moedas por um olho!
O outro dou eu por isso.
Manuel Maria Barbosa du Bocage
Auto da Barca do Inferno - Cena do Onzeneiro
Teatro
Encontra neste quadro 16 palavras relacionadas com o mundo do Teatro.
J L P N U M O F K U A C T O R
X O E Q O M Z V C V U O F E W
K S X S R X K T O E T D O T M
E D J H P J V I P O N T O N X
N M Y N T E C V B L W A W E O
C V W R B P C Z Y K C H R C N
E H D R A M A T U R G O S I T
N G S K S Y M U A K M P Y V Q
A K A C T O A V K D T G S G O
Ç B D P I F R I Z C O W E I C
à S T P D T I J V A L R I L E
O W A C O Q M Z C O N T R A N
B A D E R E C I S T A O T C A
R Z F A E D U E Ç I S T R L A
L U Z K S M A D E R E Ç O P L
Teatro é espectáculo!
Extraído de "O PAI TIRANO", filme de António Lopes Ribeiro, que estreou a 19 de Setembro de 1941, em Lisboa. O filme retrata a tempestuosa paixão de um jovem amador dramático, caixeiro nos Grandes Armazéns Grandela, por uma simpática empregada da Perfumaria da Moda.
Auto da Barca do Inferno - Cena do Fidalgo
Argumentos de Acusação do Fidalgo
- Utilizados pelo Diabo:
-Ter levado uma vida de prazeres:
“E tu viveste a teu prazer”“Do que vós vos contentastes.”
- Utilizados pelo Anjo:
- Ter sido tirano para com o povo:
“Não se embarca tirania”- Ser muito vaidoso e materialista:
"e todo o vosso senhorio.”"com fumosa senhoria”
- Desprezar o povo:
“cuidando na tirania”“desprezastes os pequenos”
Argumentos de Defesa usados pelo Fidalgo
- A Barca do Inferno é desagradável:
“Parece-me isso cortiço”- Tem alguém na Terra a rezar por ele:
“Que leixo na outra vida quem reze sempre por mi:”
- Não esperava a morte:
“pois parti tão sem aviso”- É nobre e importante:
“Sou fidalgo de solar”“que entr’a minha senhoria”
Gil Vicente
Pensa-se que deve ter nascido entre 1460 e 1470 e morrido em 1536.
Escreveu peças de carácter:
- religiosos (autos);
- burguês e popular (farsas);
- palaciano (comédias e tragicomédias).
Denunciou e criticou a sociedade do século XVI.
Para saberes mais sobre Gil Vicente, clica aqui, procura Entrevista a Gil Vicente e depois clica em cima da pergunta para obteres a resposta (muito bom!).
O Sonho
Pelo Sonho é que vamos
comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
Pelo Sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma dêmos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia-a-dia.
comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
Pelo Sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma dêmos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia-a-dia.
Chegamos? Não chegamos?
- Partimos. Vamos. Somos.
Sebastião da Gama, Pelo Sonho É Que Vamos, Ed. Ática.
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