Jesus bleibet meine Freude

 

Bach - BWV 147 - 7 - Jesus bleibet meine Freude
(Jesus, Alegria dos Homens)


História Antiga

Era uma vez, lá na Judeia, um rei.
Feio bicho, de resto:
Uma cara de burro sem cabresto
E duas grandes tranças.
A gente olhava, reparava e via
Que naquela figura não havia
Olhos de quem gosta de crianças.

E, na verdade, assim acontecia.
Porque um dia,
O malvado,
Só por ter o poder de quem é rei
Por não ter coração,
Sem mais nem menos,
Mandou matar quantos eram pequenos
Nas cidades e aldeias da nação.

Mas,
Por acaso ou milagre, aconteceu
Que, num burrinho pela areia fora,
Fugiu
Daquelas mãos de sangue um pequenito
Que o vivo sol da vida acarinhou;
E bastou
Esse palmo de sonho
Para encher este mundo de alegria;
Para crescer, ser Deus;
E meter no inferno o tal das tranças,
Só porque ele não gostava de crianças.

Miguel Torga

Last Christmas

 
David Fonseca, Last Christmas

Chove. É dia de Natal :)

Chove. É dia de Natal.
Lá para o Norte é melhor:
Há a neve que faz mal,
E o frio que ainda é pior.

E toda a gente é contente
Porque é dia de o ficar.
Chove no Natal presente.
Antes isso que nevar.

Pois apesar de ser esse
O Natal da convenção,
Quando o corpo me arrefece
Tenho o frio e Natal não.

Deixo sentir a quem a quadra
E o Natal a quem o fez,
Pois se escrevo ainda outra quadra
Fico gelado dos pés.

Fernando Pessoa 

Christmas Pipes

 
 Celtic Woman, Christmas Pipes

Lanche de Natal

Clique na imagem para a visualizar num formato maior.

Dia internacional das pessoas com deficiência

O dia internacional das pessoas com deficiência (3 de Dezembro) é uma data comemorativa internacional promovida pelas Nações Unidas desde 1998, com o objectivo de promover uma maior compreensão dos assuntos concernentes à deficiência e para mobilizar a defesa da dignidade, dos direitos e o bem-estar das pessoas. Procura também aumentar a consciência dos benefícios trazidos pela integração das pessoas com deficiência em cada aspecto da vida política, social, económica e cultural. 

Auto da Barca do Inferno - Cena do Sapateiro


Clica na imagem e testa os teus conhecimentos sobre a Cena do Sapateiro.

Visiona o seguinte vídeo sobre um sapateiro à antiga... e deixa o teu comentário!


Auto da Barca do Inferno - Cena do Parvo


«O parvo Joane é uma figura singular. Desde logo, porque dispensa símbolos cénicos.
É verdade que, tal como os restantes mortos, não tem acesso à barca do Anjo; mas não é objecto da condenação sistemática que todas as outras personagens sofrem. Talvez por, já em vida, se haver colocado à margem de compromissos com o mundo terreno, não revela em cena qualquer temor face ao destino que, depois da morte, o espera.
A sua presença constante em palco permite-lhe intervir, a cada passo, com uma sinceridade desconcertante e bastante cómica.»

Cf. José Augusto Bernardes, Sátira e Lirismo no Teatro Vicentino, Lisboa, Ed. INCM, 2006 [adaptado]

P.S.: Clica na imagem e testa os teus conhecimentos sobre esta cena. 

A morte do avarento


Hieronymus Bosch, A Morte e o Avarento, 1488(1488)-1516

P.S.: Clica na imagem para poderes vê-la melhor.

Um avarento, nas palavras de Bocage

Levando um velho avarento
Uma pedrada num olho,
Pôs-se-lhe no mesmo instante
Tamanho como um repolho.

Certo doutor, não das dúzias
Mas sim médico perfeito,
Dez moedas lhe pedia
Para o livrar do defeito.

«Dez moedas! (diz o avaro)
Meu sangue não desperdiço:
Dez moedas por um olho!
O outro dou eu por isso.

Manuel Maria Barbosa du Bocage

Auto da Barca do Inferno - Cena do Onzeneiro

Clica na seguinte imagem
e responde a um questionário de interpretação da Cena do Onzeneiro.


Teatro

Encontra neste quadro 16 palavras relacionadas com o mundo do Teatro.

J L P N U M O F K U A C T O R
X O E Q O M Z V C V U O F E W
K S X S R X K T O E T D O T M
E D J H P J V I P O N T O N X
N M Y N T E C V B L W A W E O
C V W R B P C Z Y K C H R C N
E H D R A M A T U R G O S I T
N G S K S Y M U A K M P Y V Q
A K A C T O A V K D T G S G O
Ç B D P I F R I Z C O W E I C
à S T P D T I J V A L R I L E
O W A C O Q M Z C O N T R A N
B A D E R E C I S T A O T C A
R Z F A E D U E Ç I S T R L A
                     L U Z K S M A D E R E Ç O P L

Teatro é espectáculo!


Extraído de "O PAI TIRANO", filme de António Lopes Ribeiro, que estreou a 19 de Setembro de 1941, em Lisboa. O filme retrata a tempestuosa paixão de um jovem amador dramático, caixeiro nos Grandes Armazéns Grandela, por uma simpática empregada da Perfumaria da Moda.
 

Auto da Barca do Inferno - Cena do Fidalgo

Argumentos de Acusação do Fidalgo

- Utilizados pelo Diabo:

-Ter levado uma vida de prazeres:
“E tu viveste a teu prazer”
“Do que vós vos contentastes.”

- Utilizados pelo Anjo:

- Ter sido tirano para com o povo:
“Não se embarca tirania”

- Ser muito vaidoso e materialista:
"e todo o vosso senhorio.”
"com fumosa senhoria”

- Desprezar o povo:
“cuidando na tirania”
“desprezastes os pequenos”


Argumentos de Defesa usados pelo Fidalgo

- A Barca do Inferno é desagradável:
“Parece-me isso cortiço”

- Tem alguém na Terra a rezar por ele:
“Que leixo na outra vida
quem reze sempre por mi:”

- Não esperava a morte:
“pois parti tão sem aviso”

- É nobre e importante:
“Sou fidalgo de solar”
“que entr’a minha senhoria”


Testa os teus conhecimentos da Cena do Fidalgo, clicando aqui e aqui, e aqui.
 

Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente



Para acederes ao texto integral da obra, clica na imagem abaixo apresentada.

Gil Vicente

Gil Vicente é considerado o pai do teatro português.
Pensa-se que deve ter nascido entre 1460 e 1470 e morrido em 1536.

Escreveu peças de carácter:
- religiosos (autos);
- burguês e popular (farsas);
- palaciano (comédias e tragicomédias).

Denunciou e criticou a sociedade do século XVI.

Para saberes mais sobre Gil Vicente, clica aqui, procura Entrevista a Gil Vicente e depois clica em cima da pergunta para obteres a resposta (muito bom!).

O Sonho


Pelo Sonho é que vamos
comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
Pelo Sonho é que vamos.

Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma dêmos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia-a-dia.

Chegamos? Não chegamos?
- Partimos. Vamos. Somos.

Sebastião da Gama, Pelo Sonho É Que Vamos, Ed. Ática.